quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Tudo passa (lista)

Coisas que eu gostava quando era criança:                      O que eu não gostava:
- Colocar cola na mão                                                  - Quando passavam a mão na lousa
- Girar a moeda                                                           - Estralar o dedo
- Pular amarelinha                                                       - Fechar os olhos debaixo d'água

- Ouvir o mar com uma concha                                    - Não levar meu travesseiro para viagens
- Fazer barulho quando acabava o suco                         - Quando apertavam minha bochecha
- Dormir com muitos bichos de pelúcia                         - Quando me interrompiam
- Raspar a tigela do bolo com o dedo                             - Ficar de castigo pelo que meu irmão fazia
- Deixar o dedo enrugado                                             - Sopa de beterraba
- Arrastar e fazer barulho com o sapato                         - Ver filme sem pipoca

- Ficar de pijama o dia inteiro                                       - Acordar cedo

Como se o tempo parasse (Paraty)

  Felicidade. Entrar nesse quarto tão gelado depois de andar por um imenso centro histórico, realmente era muito bom, mas tinha que ser extremamente rápida, pois assim passaria mais tempo na piscina, o que seria melhor que ficar em um quarto, como todos os dias.
  Esperei algumas pessoas descerem para ir junto e então pulei naquela piscina, sem medo, sem vergonha, afinal, aquilo não cabia naquele momento. De começo, fiquei arrepiada com o choque da água gelada em meu corpo.
   A piscina estava vazia, após alguns minutos as pessoas saíram de seus quartos e iam entrando naquela pequena e ao mesmo tempo grande piscina, algumas não quiseram entrar mas todos estavam ali presentes, juntos e se divertindo de um jeito diferente.... Com o tempo passando, havia pessoas nadando, fazendo brigas de galo, conversando e jogando água um na cara do outro.
  Os segundos iam se transformando em minutos e ninguém pensava no amanhã, só naquele momento, mesmo sendo um tempo tão pouco, foi tão bom, de um jeito inexplicável, era um sentimento de felicidade para a maioria que conseguia contagiar mesmo quem achava que aquela viagem seria só mais uma, dava até para perceber que essa alegria era sentida pelas pessoas de fora, que não entendiam o que se passava, nem o que pensávamos, mas nós sim, podia se sentir que todos ali presentes queriam mais momentos como esse. Mas claro, calma, tudo tem seu tempo, ainda tinham mais dias intensos por vir.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Passos apertados (paraty)

Tudo tinha passado tão rapidamente, era como se eu piscasse e não conseguisse mais ver o que estava segundos atrás na minha frente. De repente me peguei vendo várias cabeças baixas caminhando sem pressa, querendo que durasse mais, por que para muitos ali tinha um momento inesquecível e diferente de todos que haviam passado.
A cada passo e cada pessoa que subia por aquela pequena e estreita escada batia um aperto no peito. Acabou? Estávamos indo embora? Essa era uma coisa difícil de se aceitar, mas mesmo com esse aperto imenso, nada mudaria aqueles dias de uma felicidade tão plena, que foram tão bons para tanta gente. Foi então minha vez de entrar no ônibus e eu percebi que só acabaria se eu quisesse e que ainda tinha tempo pra continuar, felizmente ainda não era o final de tudo isso, podia ter muito para contar e muito por vir, e por que tudo que acontecesse ali, poderia dar uma crônica.

Bolhas em um cabelo de anjo (unidade)

Eram simplesmente bolhas, uma acima da outra, mexendo e remexendo, como se estivesse pulando. Mas por que? Acho que era aquele fervente calor que vinha diretamente ao meu rosto. Cheguei mais perto para colocar aquele grande quadradinho meio amarelado, que mais parecia um cabelo de anjo juntos e extremamente deslocados.
Observei novamente as bolhas após diminuir um pouco o fogo por que já estava fervendo até demais, podia sentir em meu rosto. As bolhas continuaram. Lentamente, como em um filme que sempre tem aquela corrida e por mais que você saiba que o ator vai ganhar, eles fazem seu coração quase sair pela boca com a câmera lenta, que pra mim é até lenta demais.
O grande amarelado já estava separado e parecendo cabelos indo de cima a baixo junto com bolhas que agora eram pequenas e estavam cada vez menores e mais espalhadas. Desliguei o fogo e as bolhas sumiram completamente, como se estivesse desligado elas com o fogo, como se depois de tudo que elas passassem, ali naquele pequeno espaço, quase espremidas, simplesmente aquilo acabou, acabou assim? Pois é, mas elas eram só bolhas, depois surgiriam outras, em outros lugares, e então ao despejar os agora separados cabelos de anjo, aquele vapor eu pude sentir desagradavelmente em meu rosto, como se aquelas bolhas mesmo que não estivessem lá, continuassem presentes, de uma forma que você não consegue ver, e somente, sentir.

(arrumei o que o Pedro pediu)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Olhar através de um olhar

Olhar, observar além do que você costuma ver. Isso estava sendo muito difícil, passar a ver as coisas com outros olhos. Até que eu percebi que não preciso literalmente ficar encarando alguma coisa para entender ela melhor.
Eu comecei a olhar ao que estava envolta de mim, os lugares, as pessoas, o jeito de tudo e foi então que eu percebi, olhei mais além e vi que você se forma ao "grupo" que você anda, com as pessoas que você conversa, com o mundo que você conhece e convive e as pessoas vivem falando que são diferentes umas das outras, mas diferentes até que ponto? Com tão diferentes opiniões? Com realmente estilos diferentes?
Está tudo tão simples e monótono, a vida das pessoas chega a ser entediante, sem uma alegria e passa a ser repetitivo, acordar e fazer as mesmas coisas que você passou a fazer em um ponto da sua vida. Eu estava observando uma senhora sentada esperando o ônibus, com seus olhos cor de mel sem brilho algum, seu cabelo branco grisalho e com roupas de frio, com um olhar perdido em devaneios olhando para um grupo, de adolescentes, rindo  a sua frente, aproveitando aquela idade e ficou tentando entender sobre o que as pessoas a sua frente estavam conversando, mas percebi seus olhos abaixando quando ela os observou mais, a partir daí um olhar tomou conta dela e ela olhava profundamente, seus pensamentos iam longe a um ponto, que nem ela mesma a entendia, um olhar comum se fez em seu rosto, sem muita motivação, como se aquilo que ela estava observando não era nada além do que ela sempre havia observado, do que ela havia vivido, que sempre se fez presente e que era igual e parecia não ter mudado pouco. Mas ali estavam um grupo de adolescentes que apesar de serem o mesmos, pareciam diferentes, mas porém, ela não conseguiria saber pois o ônibus acabara de chegar e eles simplesmente subiram e ela ficou ali, ainda ouvindo suas risadas ao longe, em sua mente, mesmo sem ter entendido a conversa que se passava ali.

(eu arrumei)